segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Review: Batman - O Filho do Demônio

Review feito por Diogo Oliveira


O clássico de Mike W. Barr e Jerry Bingham acaba de ganhar uma ótima reimpressão brasileira e vamos fazer o review dela agora para vocês! será que o clássico sobreviveu ao teste do tempo? Confira abaixo!

A edição publicada recentemente no Brasil é a primeira publicação feita nos Estados Unidos, com capa de Jerry Bingham e um prefácio bem bacana escrito por Mark Hammil (Star Wars, The Flash, Batman TAS) falando sobre a história e sua paixão pelos quadrinhos, assim como seu testemunho sobre as mudanças do qual a mídia passou. A versão publicada da HQ permanece a mesma, incluindo uma homenagem ao (na época) recém falecido Bill Finger, o co-criador (reconhecido, porém não oficializado) do Homem Morcego.


Sobre a história: o terrorista conhecido como Qayin está escondido num país que faz fronteira com a União Soviética (lembrando que a história se passa nos anos 80) e planeja com o satélite americano que foi  lançado com parceria com o país no qual se esconde controlar o clima para poder causar uma 3° Guerra Mundial. Suas ações entram em conflito com as de Batman, do qual teve que enfrentar os seguidores que Qayin e um homicídio ligado a seu plano mirabolante, e o desejo de vingança de Ras Al Ghul e sua filha, Talia, ao assassino de sua esposa e mãe, respectivamente. A união contra o perigoso e volátil inimigo aproxima ainda mais Talia e Bruce, ao ponto de se casarem e tornando a sua própria maneira os antigos inimigos em uma família. Mas a gravidez da filha do demônio mexe muito com Bruce e suas ações podem definir o curso da missão e do seu futuro como Batman...


A história como um todo busca trazer aquele clima feito anteriormente por Adams e O'Neil, explorando mais o impacto de que uma família formada a partir dali poderia causar, e como isso afetaria negativamente ambos os lados. Outro detalhe bacana é o processo investigativo da morte de um dos envolvidos, com um estilo bem O'Neil de exploração da cena do crime e seu desenrolar, explorando cada uma das pessoas próximas ligadas ao cientista e juntando as peças do quebra cabeças para ver qual deles era o infiltrado de Qayin na empresa.

Com Talia grávida, Bruce teria esperanças de uma vida normal, uma vida sem Batman. nesse processo, tanto Talia quanto Ras perderiam o líder que faria o projeto de mudança da qual dedicaram muitas vidas para isso. Mostra-se um lado em que Bruce assume sua fragilidade amorosa e o fato de que ele ainda ama Talia, e que está disposto até a se aliar a um inimigo para ter essa chance única de felicidade. Sendo que dessa aliança, ele finalmente ganha um novo pai, e que na visão deste, prefere sacrificar a felicidade de seu novo filho para aquilo que, na sua visão, é para o próprio bem do destino por ele originalmente traçado.


Qayin é um personagem incrível no sentido que ele era como um filho para Ras, alguém que poderia ser de fato seu herdeiro, e acabou sendo uma visão extremista do que ele é, o que demonstra uma interessante situação: Ras não quer alguém no bravo novo mundo criado por ele que seja exatamente sua cópia, ele quer um homem que respeite seus ensinamentos e idéias e saiba que aquela pessoa terá de evoluir e prosseguir com que ele começou. Mesmo com inúmeros conflitos, Batman é essa pessoa, e ele abraçou a parceria com Ras calcado na vã esperança de ter uma vida sem Batman. Mas nos olhos do Demônio e sua filha, Bruce Wayne não é sua pessoa, e na unica vez durante a história em que ele retira a sua mascara durante o tempo em que está com sua nova família é exatamente em sua despedida.


A arte de Bingham evoca bem o sentido de realidade e detalhismo de Neil Adams, junto com o roteiro enxuto e em alguns pontos acelerado, de Barr, mas que não diminui a qualidade da história e sua importância, como uma das explorações mais interessantes e memoráveis de Batman e Ras Al Ghul. Aproveite que está barato (nem chega a ser 20 reais) e adquire esse clássico você também!

NOTA: 9.0

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