O sombrio Kelley Jones!
Por Paulo Chacon
Kelley Jones é
um dos desenhistas mais inusitados do morcego. Aqui no Brasil sua arte pode ser
vista nas capas da série a queda do morcego, lançada pela editora abril em 1995.
Seu Batman tinha orelhas enormes e sua capa era longa, um manto escuro digno do
Drácula. O visual era extremamente sombrio e fantasmagórico. Os fãs ficaram
divididos: uns gostavam outros detestavam.
Lembro que o correio do morcego, saudosa seção de cartas da Abril Jovem,
vivia cheia de discussões a respeito do trabalho de Jones.
Depois de
desenhar capas, passamos a ter histórias completas, em parceria com o escritor
Doug Moench. Período este que foi de 1995 a 1998. Eram Histórias sombrias e
sempre tinham uma certa dose de humor negro. A arte de Jones, às vezes
caricaturava demais os personagens de Gotham. Mas por outro lado caia muito bem
em personagens macabros, como o Espantalho e o legista Mortimer Gunt.
Além de seus trabalhos com o cavaleiro das trevas, Jones desenhou outros
dois grandes personagens da DC: Sandman e Deadman. Este último ganhou um visual extremamente pesado, um
olhar magro e esquelético. Seu rosto, que antigamente parecia com a cabeça de
um ser humano normal, com pele branca pálida, agora parecia uma caveira. Em
2008 Jones voltou para ilustrar Batman, desta vez em uma série de doze números
intitulada Batman: Gotham after midnight, escrita por Steve Niles. E novamente em 2009, com uma série de
cinco edições intitulada Batman: The Unseen, revivendo a velha (e ótima)
parceria com o escritor Doug Moench.
Recentemente saíram duas figuras da série Batman
preto e branco esculpidas em porcelana fria por Ray Villafane. Pessoalmente
falando, as figuras são espetaculares. Um grande tributo a polêmica arte de
Kelley Jones, um dos desenhistas mais originais da década de 90.