DANNY ELFMAN - Por Luiz Augusto
Daniel (Danny) Robert Elfman,
gênio musical egresso da banda de sucesso essencialmente oitentista “Oingo
Boingo”, é velho conhecido dos batmaníacos e seu trabalho compondo as trilhas
(épicas) das versões de “Batman” por Tim Burton, dispença apresentações. Sua
música em Batman (1989) é quase um personagem à parte no filme, seu poder e
representatividade se fazem presentes até hoje , pois essa é uma das poucas
trilhas que não só ajuda a dar vida ao personagem, como é o indicativo do
carisma do mesmo. Onde quer que estejamos, ao ouvirmos os acordes inconfundíveis
desse trabalho quase transcedental, imediatamente saberemos que o Batman está
chegando. Feito até então exclusivo de mestres como John Willians (Tubarão,
E.T., Superman) e Enio Morricone (Era uma vez no Oeste e Fistfull of Dynamite, só
pra citar alguns).
Elfman foi convidado por Burton para desenvolver a trilha sonora de “Batman” e como inspiração, recebeu exemplares do “Cavaleiro das Trevas” de Frank Miller, porém Elfman afirma que o influxo deu-se quando ele caminhava à noite pelo Set de Gotham City preparado para o filme. A mistura de elementos misteriosos, obscuros, com uma pitada de diversão e um tom exato de heroísmo, envolve o telespectador numa montanha russa de emoções.
Seu estilo, fortemente
operístico e dramático, casou perfeitamente
com a atmosfera do filme de 89, ajudando “Batman” a se consagrar, não só como
precursor de uma nova mentalidade na adaptação de quadrinhos, mas também como
responsável por introduzir uma nova estética para o gênero e um jeito diferente
de fazer músicas para filmes.
Em 1992 com o lançamento de “Batman – O Retorno”, Elfman alcança aquilo que muitos pensavam ser impossível: A perfeição. Claramente o conhecimento e a maturidade fizeram a grande diferença, a majestosa (e incompreendida) obra de arte intitulada “Batman Returns” estava envolta em promessas e expectativas de cunho meramente comercial, entretanto a ousadia de Tim Burton ao dar um tom frio, hora pessimista, com pitadas de humor negro e absolutamente sombrio ao filme, é categoricamente acompanhado por sua trilha sonora. A trama, agora com nada menos que três personagens centrais, vem acompanhada por uma música indubitavelmente expressiva e intuitiva.
Os temas dos vilões são
de uma clareza arrebatadora. Por exemplo: Como não se deixar levar pelo
desespero de Selina ao “voltar” da (quase) morte e se de parar com um “mundinho” cor de
rosa ao qual ela mesma não se encaixa mais? A música de Elfman capta essas
emoções de maneira soberba e toca nossa alma.
As transformações e
transtornos vividos pelo bat-protagonista e pelos antagonistas, talvez não
tivessem o mesmo impacto sem o trabalho de Danny Elfman. Com precião cirúrgica
ele nos transporta para um universo circense fantasmagórico de uma Gotham City
tão fria que nem o espírito natalino é capaz de amenizar.
Danny Elfman conduz
essa bat-ópera como uma harpa do inferno (perdoem o trocadilho, mas ele é
pertinente) respeitando até a clara influência de expressionismo alemão,
transmutando essa ode à dualidade num espetáculo cinematográfico com ar de
tragédia grega. Elfman também contribui para o desenvolvimento de "Face to Face" belamente interpretada pela banda Siouxsie & The Banshees, como tema irretocável para Catwoman de Tim Burton.
Ele continua nos
brindando com seu talento magnífico e incomum em parcerias com o diretor Tim
Burton, e também em outros grandes filmes como “O Homem Aranha” (de Sam Raimi)
M.I.B. – Homens de Preto (de Barry Sonnenfeld) e outros tantos.
belissima matéria, uma grande homenagem a musica que embalou gerações de fãs da década de 90... tão boa que foi usada no excelente desenho de bruce timm e paul dini!
ResponderExcluir