domingo, 3 de março de 2013

Grandes Compositores no Universo do Morcego - Parte 1

DANNY ELFMAN - Por Luiz Augusto



Daniel (Danny) Robert Elfman, gênio musical egresso da banda de sucesso essencialmente oitentista “Oingo Boingo”, é velho conhecido dos batmaníacos e seu trabalho compondo as trilhas (épicas) das versões de “Batman” por Tim Burton, dispença apresentações. Sua música em Batman (1989) é quase um personagem à parte no filme, seu poder e representatividade se fazem presentes até hoje , pois essa é uma das poucas trilhas que não só ajuda a dar vida ao personagem, como é o indicativo do carisma do mesmo. Onde quer que estejamos, ao ouvirmos os acordes inconfundíveis desse trabalho quase transcedental, imediatamente saberemos que o Batman está chegando. Feito até então exclusivo de mestres como John Willians (Tubarão, E.T., Superman) e Enio Morricone (Era uma vez no Oeste e Fistfull of Dynamite, só pra citar alguns).


Elfman foi convidado por Burton para desenvolver a trilha sonora de “Batman” e como inspiração, recebeu exemplares do “Cavaleiro das Trevas” de Frank Miller, porém Elfman afirma que o influxo deu-se quando ele caminhava à noite pelo Set de Gotham City preparado para o filme. A mistura de elementos misteriosos, obscuros, com uma pitada de diversão e um tom exato de heroísmo, envolve o telespectador numa montanha russa de emoções.

Seu estilo, fortemente operístico e dramático, casou perfeitamente com a atmosfera do filme de 89, ajudando “Batman” a se consagrar, não só como precursor de uma nova mentalidade na adaptação de quadrinhos, mas também como responsável por introduzir uma nova estética para o gênero e um jeito diferente de fazer músicas para filmes.



Em 1992 com o lançamento de “Batman – O Retorno”, Elfman alcança aquilo que muitos pensavam ser impossível: A perfeição. Claramente o conhecimento e a maturidade fizeram a grande diferença, a majestosa (e incompreendida) obra de arte intitulada “Batman Returns” estava envolta em promessas e expectativas de cunho meramente comercial, entretanto a ousadia de Tim Burton ao dar um tom frio, hora pessimista, com  pitadas de humor negro e absolutamente sombrio ao filme, é categoricamente acompanhado por sua trilha sonora. A trama, agora com nada menos que três personagens centrais, vem acompanhada por uma música indubitavelmente expressiva e intuitiva.


Os temas dos vilões são de uma clareza arrebatadora. Por exemplo: Como não se deixar levar pelo desespero de Selina ao “voltar” da (quase) morte e se de parar com um “mundinho” cor de rosa ao qual ela mesma não se encaixa mais? A música de Elfman capta essas emoções de maneira soberba e toca nossa alma. 


As transformações e transtornos vividos pelo bat-protagonista e pelos antagonistas, talvez não tivessem o mesmo impacto sem o trabalho de Danny Elfman. Com precião cirúrgica ele nos transporta para um universo circense fantasmagórico de uma Gotham City tão fria que nem o espírito natalino é capaz de amenizar.

Danny Elfman conduz essa bat-ópera como uma harpa do inferno (perdoem o trocadilho, mas ele é pertinente) respeitando até a clara influência de expressionismo alemão, transmutando essa ode à dualidade num espetáculo cinematográfico com ar de tragédia grega. Elfman também contribui para o desenvolvimento de "Face to Face" belamente interpretada pela banda Siouxsie & The Banshees, como tema irretocável para Catwoman de Tim Burton.



Ele continua nos brindando com seu talento magnífico e incomum em parcerias com o diretor Tim Burton, e também em outros grandes filmes como “O Homem Aranha” (de Sam Raimi) M.I.B. – Homens de Preto (de Barry Sonnenfeld) e outros tantos.

Um comentário:

  1. belissima matéria, uma grande homenagem a musica que embalou gerações de fãs da década de 90... tão boa que foi usada no excelente desenho de bruce timm e paul dini!

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