Entrevista feito por Diogo Oliveira e Luiz Augusto.
O Batmania Rio tem a honra de estrear sua primeira entrevista exclusiva com um dos grandes artistas brasileiros que atuam lá fora: Eddy Barrows. Eduardo Barros nasceu em Belém do pará, mas aos dois anos de idade se mudou com sua família para Belo Horizonte, e tendo lido muito 'Turma da Monica' e as HQs da Disney durante a infância se apaixonou pelo ato de desenhar e seguir atrás de seu sonho, tendo estudado animação antes de entrar pro ramo de desenho profissional.Tendo seus primeiros trabalhando envolvendo o famoso wrestler 'Stone Cold Steve Austin' (para a Chaos Comics) e o clássico oitentista 'GI JOE' (para a IDW Publishing), Eddy passou um tempo trabalhando no jornal 'Estado de Minas', antes de voltar com força total pro mercado americano trabalhando na Avatar Press e depois na DC Comics, do qual está presente até hoje. Abaixo você pode ver a entrevista que fizemos com ele, e o grupo Batmania Rio agradece pela simpatia e pelo tempo de ter nos respondido. Agora vamos ao que interessa:
Batmania Rio: Um de seus primeiros grandes trabalhos dentro da DC foi a maxi-serie ‘52’. Nos diga quais foram os desafios de fazer uma HQ semanal e o que você achou sobre o seu resultado ali?
Eddy Barrows: Os desafios são enormes: primeiro são os prazos, nada pode atrasar, afinal é uma serie semanal. O segundo desafio é ter que seguir os layouts feitos por outro artista, isso tudo é para manter um padrão, em algumas edições eu tive que esperar várias dias pelas referencias de cenas que ainda estavam sendo feitas por outros artistas que trabalham na mesma serie. Foi uma loucura, mas valeu a pena, foi por essa serie que a DC me ofereceu um contrato de exclusividade.
BatRJ: Você assumiu o Asa Noturna pós-Flashpoint, e por ser um reboot, você teve muitas oportunidades de colocar coisas novas. Das conversas que você provavelmente teve com o roteirista Kyle Higgins, quais de suas ideias acabaram aparecendo na revista, seja na arte ou até mesmo no roteiro?
EB: Muitas coisas foram criadas em conjunto, Kyle Higgins e eu trabalhamos juntos desenvolvendo tudo que aparecia na revista. Certa vez ele me pediu para criar uns vilões para as edições 10 a 14, era um grupo de ninjas, mas eu acabei fazendo uns ninjas bem futuristas, fugi bastante da ideia inicial do Kyle. Ele adorou o visual e mudou toda a historia para adaptar os novos personagens.
BatRJ: Ainda falando sobre o Asa Noturna, quais são os suas histórias preferidos com o personagem?
EB: Gosto muito do que fizemos nas edições 8, 9, 0 e as edições 15 e 16, provavelmente as duas últimas sejam as minhas preferidas
BatRJ: Fale-nos mais sobre sua parceria atualmente com Eber Ferreira.
EB: O Eber é um gênio como arte-finalista e um cara fantástico como pessoa, somando isso tudo ao fato dele morar aqui em Belo Horizonte, então posso disser que tenho o parceiro ideal. Eu converso com o Eber quase todos os dias, trocamos informações , falo sobre as idéias que tenho para cada página e ele me diz o que pode ser feito para tornar a idéia em algo ainda melhor, posso disser que o sucesso da parceria tem se refletido nas boas vendas das revistas que fazemos.
BatRJ: Na DC vemos muitos brasileiros trabalhando na área de arte das revistas, o que você que falta para um roteirista brasileiro despontar lá fora, seja na DC, seja em qualquer outra editora grande?
EB: Bem, eu acho que essa barreira está sendo derrubada a cada ano, temos alguns desenhistas que escrevem e desenham suas próprias historias como os irmão Bá e Moon. Recentemente o Joe Prado escreveu e desenhou uma historia curta do Lanterna Verde e o Rafael Albuquerque uma historia do American Vampire, acho que isso mostra o quão completo são os artistas brasileiros. Para os que querem se aventurar como escritor, eu creio que a barreira maior seja o idioma e também os hábitos dos americanos, afinal são um povo diferente do nosso.
BatRJ: Você desenhou os Jovens Titãs antes do reboot e acabou de assumir a equipe após Flashpoint, quais são as abordagens que você usou para diferenciar de alguma forma aquilo que você na equipe “clássica” e na equipe pós-reboot para que cada um tenha uma identidade própria, mesmo que no fundo ainda sejam os Jovens Titãs?
EB: São períodos diferentes, quando trabalhei nos Teen Titans pela primeira vez, eu levei umas 3 edições para entender como cada personagem funcionava individualmente e também coletivamente, quando consegui compreender a funcionalidade de cada um, a coisa ficou mais simples e deu certo. Atualmente os Teen Titans são um grupo muito diferente e com um visual mais estilizado, mas sinceramente muito dos uniformes dos personagens não me agradaram, e quase não tive tempo ainda para melhorar isso. Lógico que hoje eu tenho mais experiência do que tinha à 5 anos atrais quando trabalhei no titulo pela primeira vez e agora foi mais rápido a adaptação. Você verá uma boa diferença em termos de arte das edições 17 para a 19, lógico que ainda não estamos aonde queremos no titulo, temos muito trabalho pela frente para tornarmos os Teen Titans uma grande revista para os fãs.
BatRJ: No Brasil, nos últimos anos, tem tido a volta dos grandes eventos de quadrinhos, especialmente com a descentralização desse tipo de evento no Rio de Janeiro e São Paulo. Você acha que essa onda se mantém, depois de quase uma década com nada grande do tipo acontecendo no país?
EB: Acho que sim, é maravilhoso ver o Brasil se despertando para a nona arte. Já estive em vários lugares do nosso pais dando palestras e workshops, de Norte a Sul, e fico muito feliz em ver uma nova geração de leitores chegando, é disso que o nosso mercado precisa para que um dia tenhamos um mercado sustentável para quadrinhos criados no Brasil. Torço para que isso aconteça em futuro não tão distante.
BatRJ: Você já desenhou alguns dos grandes heróis da DC: Superman, Batman, Sociedade da Justiça, Lanterna Verde... tem algum personagem especifico da editora com qual queira trabalhar no futuro?
EB: Quero voltar ao titulo do Superman, é o meu personagem preferido da DC e sinceramente, eu acho que uma hora ou outra isso vai acontecer.
BatRJ: Você já trabalhou com seu herói favorito, aquele da infância que sempre te fala a alma, ou ainda não? Existe algum projeto nesse sentido?
EB: Na DC é o Superman, esse sonho eu já realizei na editora, fui regular do herói por quase um ano e meio, isso incluindo o 'Blackest Night Superman', 'War of the Supermen' e a revista mensal do personagem. Na Marvel eu adoraria desenhar o Homem Aranha, Hulk e o Capitão America, mas este sonho é mais complicado de realizar, eu acabei de renovar o meu contrato por mais 2 anos com a DC, até 2015 serei exclusivo da editora.
BatRJ: Como você vê as influencias da estética cinematográfica das adaptações já interligadas nas HQs de personagens clássicos, como por exemplo o Batman?
EB: Isso é excelente para o mercado de quadrinhos, afinal, os grandes estúdios descobriram o qual lucrativo é as megas produções envolvendo personagens de quadrinhos. Claro, que tem de haver bons roteiros atrelados uma boa produção e sem esquecer logicamente da fidelidade aos personagens que as produtoras querem ou estão adaptando. No momento as editoras tem de descobrir a melhor forma de pegar uma carona nessa esteira que virou os filmes baseados em quadrinhos, as vendas tem melhorado mas ainda estamos muito longe do que se vendia no inicio dos anos 90, quando haviam revistas que vendiam mais de 4 milhões de exemplares e olha que naquela época não haviam produções de filmes baseados em quadrinhos e os que tinham eram produções baratas e de qualidade duvidosa.
Bem, por hoje acabamos! Mais novidades, entrevistas e noticias, acompanhem o Batmania Rio!
O Batmania Rio tem a honra de estrear sua primeira entrevista exclusiva com um dos grandes artistas brasileiros que atuam lá fora: Eddy Barrows. Eduardo Barros nasceu em Belém do pará, mas aos dois anos de idade se mudou com sua família para Belo Horizonte, e tendo lido muito 'Turma da Monica' e as HQs da Disney durante a infância se apaixonou pelo ato de desenhar e seguir atrás de seu sonho, tendo estudado animação antes de entrar pro ramo de desenho profissional.Tendo seus primeiros trabalhando envolvendo o famoso wrestler 'Stone Cold Steve Austin' (para a Chaos Comics) e o clássico oitentista 'GI JOE' (para a IDW Publishing), Eddy passou um tempo trabalhando no jornal 'Estado de Minas', antes de voltar com força total pro mercado americano trabalhando na Avatar Press e depois na DC Comics, do qual está presente até hoje. Abaixo você pode ver a entrevista que fizemos com ele, e o grupo Batmania Rio agradece pela simpatia e pelo tempo de ter nos respondido. Agora vamos ao que interessa:
Batmania Rio: Um de seus primeiros grandes trabalhos dentro da DC foi a maxi-serie ‘52’. Nos diga quais foram os desafios de fazer uma HQ semanal e o que você achou sobre o seu resultado ali?
Eddy Barrows: Os desafios são enormes: primeiro são os prazos, nada pode atrasar, afinal é uma serie semanal. O segundo desafio é ter que seguir os layouts feitos por outro artista, isso tudo é para manter um padrão, em algumas edições eu tive que esperar várias dias pelas referencias de cenas que ainda estavam sendo feitas por outros artistas que trabalham na mesma serie. Foi uma loucura, mas valeu a pena, foi por essa serie que a DC me ofereceu um contrato de exclusividade.
BatRJ: Você assumiu o Asa Noturna pós-Flashpoint, e por ser um reboot, você teve muitas oportunidades de colocar coisas novas. Das conversas que você provavelmente teve com o roteirista Kyle Higgins, quais de suas ideias acabaram aparecendo na revista, seja na arte ou até mesmo no roteiro?
EB: Muitas coisas foram criadas em conjunto, Kyle Higgins e eu trabalhamos juntos desenvolvendo tudo que aparecia na revista. Certa vez ele me pediu para criar uns vilões para as edições 10 a 14, era um grupo de ninjas, mas eu acabei fazendo uns ninjas bem futuristas, fugi bastante da ideia inicial do Kyle. Ele adorou o visual e mudou toda a historia para adaptar os novos personagens.
BatRJ: Ainda falando sobre o Asa Noturna, quais são os suas histórias preferidos com o personagem?
EB: Gosto muito do que fizemos nas edições 8, 9, 0 e as edições 15 e 16, provavelmente as duas últimas sejam as minhas preferidas
BatRJ: Fale-nos mais sobre sua parceria atualmente com Eber Ferreira.
EB: O Eber é um gênio como arte-finalista e um cara fantástico como pessoa, somando isso tudo ao fato dele morar aqui em Belo Horizonte, então posso disser que tenho o parceiro ideal. Eu converso com o Eber quase todos os dias, trocamos informações , falo sobre as idéias que tenho para cada página e ele me diz o que pode ser feito para tornar a idéia em algo ainda melhor, posso disser que o sucesso da parceria tem se refletido nas boas vendas das revistas que fazemos.
BatRJ: Na DC vemos muitos brasileiros trabalhando na área de arte das revistas, o que você que falta para um roteirista brasileiro despontar lá fora, seja na DC, seja em qualquer outra editora grande?
EB: Bem, eu acho que essa barreira está sendo derrubada a cada ano, temos alguns desenhistas que escrevem e desenham suas próprias historias como os irmão Bá e Moon. Recentemente o Joe Prado escreveu e desenhou uma historia curta do Lanterna Verde e o Rafael Albuquerque uma historia do American Vampire, acho que isso mostra o quão completo são os artistas brasileiros. Para os que querem se aventurar como escritor, eu creio que a barreira maior seja o idioma e também os hábitos dos americanos, afinal são um povo diferente do nosso.
BatRJ: Você desenhou os Jovens Titãs antes do reboot e acabou de assumir a equipe após Flashpoint, quais são as abordagens que você usou para diferenciar de alguma forma aquilo que você na equipe “clássica” e na equipe pós-reboot para que cada um tenha uma identidade própria, mesmo que no fundo ainda sejam os Jovens Titãs?
EB: São períodos diferentes, quando trabalhei nos Teen Titans pela primeira vez, eu levei umas 3 edições para entender como cada personagem funcionava individualmente e também coletivamente, quando consegui compreender a funcionalidade de cada um, a coisa ficou mais simples e deu certo. Atualmente os Teen Titans são um grupo muito diferente e com um visual mais estilizado, mas sinceramente muito dos uniformes dos personagens não me agradaram, e quase não tive tempo ainda para melhorar isso. Lógico que hoje eu tenho mais experiência do que tinha à 5 anos atrais quando trabalhei no titulo pela primeira vez e agora foi mais rápido a adaptação. Você verá uma boa diferença em termos de arte das edições 17 para a 19, lógico que ainda não estamos aonde queremos no titulo, temos muito trabalho pela frente para tornarmos os Teen Titans uma grande revista para os fãs.
BatRJ: No Brasil, nos últimos anos, tem tido a volta dos grandes eventos de quadrinhos, especialmente com a descentralização desse tipo de evento no Rio de Janeiro e São Paulo. Você acha que essa onda se mantém, depois de quase uma década com nada grande do tipo acontecendo no país?
EB: Acho que sim, é maravilhoso ver o Brasil se despertando para a nona arte. Já estive em vários lugares do nosso pais dando palestras e workshops, de Norte a Sul, e fico muito feliz em ver uma nova geração de leitores chegando, é disso que o nosso mercado precisa para que um dia tenhamos um mercado sustentável para quadrinhos criados no Brasil. Torço para que isso aconteça em futuro não tão distante.
Eddy Barrows junto com outros artistas nacionais na FIQ 2009
BatRJ: Você já desenhou alguns dos grandes heróis da DC: Superman, Batman, Sociedade da Justiça, Lanterna Verde... tem algum personagem especifico da editora com qual queira trabalhar no futuro?
EB: Quero voltar ao titulo do Superman, é o meu personagem preferido da DC e sinceramente, eu acho que uma hora ou outra isso vai acontecer.
BatRJ: Você já trabalhou com seu herói favorito, aquele da infância que sempre te fala a alma, ou ainda não? Existe algum projeto nesse sentido?
EB: Na DC é o Superman, esse sonho eu já realizei na editora, fui regular do herói por quase um ano e meio, isso incluindo o 'Blackest Night Superman', 'War of the Supermen' e a revista mensal do personagem. Na Marvel eu adoraria desenhar o Homem Aranha, Hulk e o Capitão America, mas este sonho é mais complicado de realizar, eu acabei de renovar o meu contrato por mais 2 anos com a DC, até 2015 serei exclusivo da editora.
BatRJ: Como você vê as influencias da estética cinematográfica das adaptações já interligadas nas HQs de personagens clássicos, como por exemplo o Batman?
EB: Isso é excelente para o mercado de quadrinhos, afinal, os grandes estúdios descobriram o qual lucrativo é as megas produções envolvendo personagens de quadrinhos. Claro, que tem de haver bons roteiros atrelados uma boa produção e sem esquecer logicamente da fidelidade aos personagens que as produtoras querem ou estão adaptando. No momento as editoras tem de descobrir a melhor forma de pegar uma carona nessa esteira que virou os filmes baseados em quadrinhos, as vendas tem melhorado mas ainda estamos muito longe do que se vendia no inicio dos anos 90, quando haviam revistas que vendiam mais de 4 milhões de exemplares e olha que naquela época não haviam produções de filmes baseados em quadrinhos e os que tinham eram produções baratas e de qualidade duvidosa.
Bem, por hoje acabamos! Mais novidades, entrevistas e noticias, acompanhem o Batmania Rio!
Parabéns BatmaniaRio pela iniciativa e Parabéns também ao mega artista Eddy Barrows pelo trabalho inspirador e pela simpatia!!! Nota 1000 pra vcs!!!
ResponderExcluirmuito boa a entrevista! não poderiam ter escolhido forma melhor do que valorizar também nossos artistas nacionais. tomara que tenham outras como esta, parabéns! eddy super simpático, atencioso com a galera. gostei muito!
ResponderExcluirParabéns! Ficou super profissional. Mais um grande trabalho.
ResponderExcluirJá me movendo para divulgar.
Ótima entrevista, estou ansioso por conseguir um autografo desse grande artista em um exemplar do Superman! Espero conseguir isso na Comic Mania Zero
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